Tarifas de Trump podem impactar 5,4 mil negócios da bioeconomia na Amazônia, aponta estudo
Açaí é um insumos mais proeminentes no Pará e com potencial de destaque na bioeconomia DIBB Um estudo aponta que a bioeconomia amazônica poderá sofrer imp...

Açaí é um insumos mais proeminentes no Pará e com potencial de destaque na bioeconomia DIBB Um estudo aponta que a bioeconomia amazônica poderá sofrer impactos negativos com produtos exportados fora da lista de isenções do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), as tarifas de até 50% podem afetar 54% dos empreendimentos mapeados relacionados à sociobiodiversidade da Amazônia Legal. ▶️ 5,4 mil negócios dos 11 mil CNPJs ativos mapeados na região amazônica serão potencialmente atingidos, segundo o Ipam, em estudo feito em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). ▶️ Diretamente, as tarifas atingirão em cheio pelo menos 216 empreendimentos produtores que exportam para os EUA. De todos os produtos mapeados, apenas a castanha-do-pará e a borracha escaparam das tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. Os demais produtos fora da lista de isenção, como açaí, cacau, mel, óleos vegetais, temperos, pescados e itens da aquicultura, geraram cerca de US$ 165 milhões para a bioeconomia da Amazônia Legal em exportações para os EUA. LEIA TAMBÉM: Café, carne e outros produtos brasileiros ficam fora de isenção dos EUA Pará pode ter 300 mil trabalhadores afetados pelo 'tarifaço' de Trump Trump assinou no dia 30 de julho o decreto que oficializou a imposição de uma tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros, totalizando 50%. Apesar disso, o governo americano decidiu deixar quase 700 itens sem a cobrança extra (confira aqui a lista), incluindo castanha-do-Pará. Pará lidera exportações 📊 Em 2024, o Pará respondeu por 91% das exportações de bioprodutos da Amazônia para os Estados Unidos. Foram 186 milhões de toneladas exportadas, o que equivale a R$ 4,5 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, fornecidos pelo Ipam. Top 4 produtos mais exportados: Açaí 🐟 Peixes 🌶️ Pimenta 🥜 Castanha-do-pará (único isento do tarifaço) "O impacto econômico é significativo, mas o impacto social será ainda maior. Isso porque as cadeias produtivas afetadas abrangem redes de agricultores familiares e comunidades tradicionais: essas cadeias criam empregos locais, fortalecem economias de base comunitária e preservam conhecimentos tradicionais", afirma o estudo. Desenvolvimento sustentável pode ser impactado Os empreendimentos mapeados fazem parte das cadeias produtivas da bioeconomia amazônica, formadas por atividades de extração, produção e comercialização de recursos. Tarifa de Trump: taxa de 50% contra o Brasil tem longa lista com quase 700 exceções Esses segmentos já enfrentam desafios ligados à logística, crédito e infraestrutura. Pequenos produtores, cooperativas e bioindústrias fazem parte dos empreendimentos mapeados, segmento que enfrenta desafios ligados à logística, crédito e infraestrutura. "Apesar da isenção de alguns poucos itens, como a castanha, o tarifaço tende a aumentar a pressão econômica sobre pequenos produtores e bioindústrias", afirma Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do Ipam. Pesquisadores do Ipam afirmam ainda que o tarifaço pode ser mais uma barreira para a geração de renda das populações em territórios vulneráveis da Amazônia. Assim como o governo brasileiro atua em defesa dos grandes setores industriais, as cadeias da bioeconomia amazônica também devem ser consideradas nas agendas comercial e industrial do país, defendem pesquisadores do Ipam. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará Confira outras notícias do estado no g1 PA